domingo, 27 de novembro de 2011

Não Deixe o Samba Morrer

Eclipse - Equipe vencedora da XIX Gincana Cultural Colégio Paulo VII

 Quartel General da Equipe Eclipse  sala do Colégio Municipal Paulo VI, onde acontecia os ensaios das tarefas da Gincana. A equipe estava muito bem organizada e os participantes muito confiantes da vitoria.
 A equipe contou com o apoio da professora de teatro Nil Santana e com a força de cada alunos e alunas que formavam a equipe.
Equipe Eclipse apresentando uma peça de teatro na quadra do Colégio Municipal Paulo VI.

Surpresa Genial

46 Anos do Colégio Municipal Paulo VI

 O Colégio Paulo que fez um grandioso  desfile em 7 de setembro, tem a melhor Fanfarra da cidade, agora em novembro comemora o seu aniversário (25/11) com uma grande festa cultural que faz parte do calendário escolar da cidade. A "XIX GINCANA CULTURAL,"  a Direção, Coordenadores, Professores, Funcionários e Comunidade fizeram uma homenagem ao Colégio pelos seus 46 anos de luta na busca de uma educação de Igualdade, Liberdade e Fraternidade.
 Participam da XIX Gincana 3 equipes:IDEOLOGIA, MÍSTICOS e ECLIPSE, formadas pelos alunos do colégio, artistas e comunidade. Durante dois dias os alunos participaram de vários seminários sobre preconceito, racismo, diversidade cultural e social, e realizaram tarefas com temas culturais e sociais.
Os professores junto com a direção, coordenação, funcionários, jurados e comunidade realizaram uma festa maravilhosa, e mostraram aos alunos a importância da união, participação, planejamento e do aprender que estava presente em todas as ações. A direção e professores do colégio Paulo VI  tem muita habilidade e competência com  grandes eventos.

sábado, 26 de novembro de 2011

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Aspectos Culturais - Fazenda Sobradinho

 Mitos e lendas da nossa comunidade:
Caipora - É a dona do mato. Segundo os mais velhos ela comanda todos os animais silvestres, e se transforma em qualquer animal. Quando vem o caçador para caçar e a mesma não aceita que ele pegue as caças que ela comanda, a caipora bate nos cachorros e não aceita que eles peguem nada, isso é um sinal de alerta que, quem manda ali é ela.
Lobisomem - É um bicho virado de gente que bate na mãe. A partir dos 13 anos, as noites de sexta-feira durante a quaresma, vira lobo e corre nas comunidades, por cemitérios e nas encruzilhadas, ele não é tão agressivo mas deixa as pessoas amedrontadas.
Mãe D`água
Ela viveu por muito tempo aqui na cachoeira de Sobradinho. Há muitos anos atrás teve uma grande enchente no Rio Salitre e ela desceu nas águas fazendo alguns barulhos como quem estivesse se despedindo das pessoas.

Roda de São Gonsalo
Festas e comemorações 
 O período mais festivo da nossa comunidade são as festas juninas para comemorar os santos de junho: São João, Santo Antonio e São Pedro. No dia 13 de junho comemora-se o dia de Santo Antonio, é o protetor das moças solteiras e para elas arranjarem um marido. No dia 24 de junho comemora-se o dia de São João, é o santo dos casados. No dia 29 de junho comemora-se o dia de São Pedro, o santo protetor das viúvas. As festas juninas são comemoradas com fogueiras, quadrilhas e fogos.  As pessoas também comemoram as rodas de São Gonçalo, é uma festa para pagar uma promessa que fazem ao Santo afim de que lhe seja concebida uma graça, as rodas podem durar um dia inteiro ou mais, com danças e comidas para todos os convidados. Se a pessoa que fez a promessa falecer antes de pagar, a família tem que realizar a festa para que o falecido descanse em paz.
Vasco de Sobradinho
 Esportes e jogos
O esporte mais praticado em nossa comunidade é o futebol de campo, onde as pessoas disputam entre si e em campeonatos, junto a outras comunidades.
 Danças regionais
Aqui as danças folclóricas que mais se destacam são, as quadrilhas e o forró pé de serra.
        Religião 
 A nossa comunidade tem algumas crenças religiosas como: catolicismo, candomblé.
Penitentes 
 É um grupo de pessoas que todos os anos na quaresma se reúnem à noite, vestidos em roupas brancas e com o rosto coberto para não serem reconhecidos. Eles andam pelas estradas rezando, freqüentam casas de orações e cemitérios. Segundo eles, quem entra no grupo tem como obrigação ficar sete anos, se morrer antes de completar o tempo, alguém da família tem que substituí-lo. Aqui em Sobradinho, comemoram-se também os carurus, rodas de São Gonçalo e o piji (festa para caboclos).
PESQUISA: Professora Katiane da Silva Almeira.
Gestora da Escola Maria do Carmo Sá Moreira,
 em parceria  com a comunidade e alunos 
Fazenda Sobradinho - Salitre

Vegetação - Fazenda Sobradinho


  A Caatinga é a vegetação predominante da nossa região. A palavra Caatinga é de origem tupi e significa "mata branca", "mata rala" ou "mata espinhenta".
 É a vegetação característica dos lugares em que chove pouco. Ela é formada por arbustos ou pequenas árvores, que perdem suas folhas na estação seca. As plantas são espinhentas e armazenam água em seus caules grossos. Há também algumas árvores isoladas, como o umbuzeiro, que armazena água em sua raiz. 
 Extensão.
      A nossa comunidade mede aproximadamente 80km².

Pontos Turísticos.
Em sobradinho tem um grande ponto turístico, que é a cachoeira, lugar muito visitado e chama atenção de muita gente, Temos também a roça das tocas, que dispõe de uma belíssima paisagem natural.

PESQUISA: Professora Katiane da Silva Almeira.
Gestora da Escola Maria do Carmo Sá Moreira,
 em parceria  com a comunidade e alunos
Fazenda Sobradinho - Salitre

Aspectos Geográficos - Fazenda Sobradinho


 A comunidade de Sobradinho-Salitre, fica localizada no distrito de Junco em Juazeiro-BA, ficando a 60 km de distância da sede, limitando-se ao sul com o povoado de Poço da onça e ao norte com a Fazenda Gangorra II.
 Hidrografia.
 O nosso principal acidente geográfico é o Rio Salitre, ele nasce no Morro do chapéu, no Estado da Bahia e deveria desaguar no Rio São Francisco por ser um afluente, mas, como na nossa região as chuvas são escassas, as águas não chegam mais ao seu destino certo. Com o Rio Salitre os agricultores plantam, mas é difícil de colher por que vem as conseqüências com a falta de água e o riquíssimo Rio Salitre não é mais de confiança. No período da seca, a água diminui tanto que chega a faltar em algumas comunidades.
 Relevo
Relevo é o conjunto das diferenças de elevação da superfície terrestre.      
 As principais formas de relevo da nossa comunidade são:
Planaltos
    Planalto são as grandes superfícies elevadas com terreno irregular. 
 Planícies 
 São grandes extensões planas e mais baixas que as terras vizinhas.
Serra 
 Formada por montanhas ou cadeias de montanhas.

PESQUISA: Professora Katiane da Silva Almeira.
Gestora da Escola Maria do Carmo Sá Moreira,
 em parceria  com a comunidade e alunos 
Fazenda Sobradinho - Salitre

Fazenda Sobradinho - Aspectos Históricos

   Há muitos anos atrás existiam 2 (dois) grandes amigos que eram moradores do Salitre. Certo dia, um deles comprou uma grande fazenda, dando-lhe o nome de Fazenda Sobrado. Dias depois o seu amigo também conseguiu comprar um pedaço de terra que além de distante era bem menor, e em homenagem a essa grande amizade, deu-lhe o nome de Fazenda Sobradinho, que é assim chamada até os dias de hoje.

    O primeiro morador, o senhor João Pereira Lima, chegou aqui em 1915 e faleceu com 111 anos.

José Pereira, neto do primeiro morador
   Antigamente o Salitre era diferente de hoje, não tinha irrigação, nem  energia. Os homens plantavam cana, mandioca, batata, feijão na vazante e tinha engenho para fazer rapadura.
    Da cana fazia rapadura, mel e batida. Da mandioca fazia farinha. A cana era moída em engenho de pau, puxado com bois. Depois veio o engenho de ferro que também era puxado com boi e burro. A cana era moída para fazer o caldo, os seus reservatórios eram dornas ou bangüê, daí levava até os tachos já colocados na fornalha. Era colocado bastante fogo para que o caldo da cana chegasse ao ponto de mel da rapadura, já a produção de farinha era da seguinte maneira: a mandioca era ralada manualmente com uma roda muito grande, tinha um rio que ia até um carretel dentado, ali ralava a mandioca e era aparada em um coxo, dali pegava a massa da mandioca, levava até a prensa para que ela fosse prensada até enxugar, depois prensava e levava até o forno com fogo e mexia com um rodo até se transformar em farinha.
Jovelina 67 anos - PARTEIRA

Haviam mulheres que faziam renda com birros e espinhos para sobreviver.
Outras plantavam canteiros de cebolinha, alho e coentro, mas era tão difícil para elas, porque tinham que molhar carregando água em duas latas penduradas.
    Não existiam carros para transportar mercadorias até Juazeiro, era muito difícil porque tinha que ir montado em jumento, precisavam sair meia noite para chegar a Juazeiro.
   Os partos da comunidade eram realizados por, Luiza Pereira Lima, Maria, Eva das Virgens Pereira Lima e pela senhora Jovelina Ferreira de Carvalho, hoje com 67 anos, a única viva.

PESQUISA: Professora Katiane da Silva Almeira.
Gestora da Escola Maria do Carmo Sá Moreira,
 em parceria  com a comunidade e alunos
Fazenda Sobradinho - Salitre

Escola Municipal Maria do Carmo Sá Noqueira - Fazenda Sobradinho



 Escola Municipal Maria do Carmo Sá Nogueira.
 Alunos da Escola Maria do Carmo.
Alunos da Escola Municipal Maria do Carmo.
PESQUISA: Professora Katiane da Silva Almeira.
Gestora da Escola Maria do Carmo Sá Moreira ,em parceria  com a comunidade e alunos 
Fazenda Sobradinho - Salitre

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Equipe Eclipse - 46 anos do Colégio Paulo VI

Consciência Negra - Colégio Paulo VI

 A coordenadora geral Professora Eliana,  Irenise Tupiná professora de história , Cristocarmem coordenadora do fundamental I e professora Djalva, diretora do Colégio Municipal Paulo VI. 
 Em 9 de janeiro de 2003, foi instituído a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas. O Colégio Paulo VI fez uma homenagem ao " Dia Nacional da Consciência Negra" levando  os alunos a conhecerem a diversidade cultural e a contribuição dos africanos na Cultura  Brasileira, a luta contra o preconceito e a descriminação racial, em busca de um mundo possível. Os alunos aprenderam que a Africa não é uma pais, é sim, o terceiro maior Continente em extensão, que é formado por 53 países.
 A música e dança africana tem uma grande influencia na nossa cultura.
 A Culinária Africana, acarajé, vatapá, mungunzá, farofa e cocada fazem parte da herança cultural.
 Estande armado no Colégio Municipal Paulo VI, em homenagem a Cultura Africana.

Desenho feitos pelos alunos do Colégio Paulo VI.

domingo, 20 de novembro de 2011

Caetano Veloso, Maria Gadú - Beleza Pura

Joaquim Nabuco

Joaquim Aurélio Nabuco de Araújo, Joaquim Nabuco, mudou a opinião dos Brasileiros levando a lutar contra a escravidão, foi politico, diplomata, historiador, orador, poeta, memorista, e lançou vários livros " O Abolicionista" " Minha Formação". Sua família era escravocrata, mais sua vida foi lutando em favor da Abolição da Escravatura.   

História do Brasil


O Abolicionismo - Joaquim Nabuco


III. O MANDATO DA RAÇA NEGRA
Se a inteligência nativa e a independência dos bretões não conseguem sobreviver no clima insalubre e adverso da escravidão pessoal, como se poderia esperar que os pobres africanos, sem o apoio de nenhum sentimento de dignidade pessoal ou de direitos civis, não cedessem às influências malignas a que há tanto tempo estão sujeitos e não ficassem deprimidos mesmo abaixo do nível da espécie humana?
                       William Wilbeforce
O mandato abolicionista é uma dupla delegação, inconsciente da parte dos que a fazem, mas, em ambos os casos, interpretada pelos que a aceitam como um mandato a que não se pode renunciar. Nesse sentido, deve-se dizer que o abolicionista é o advogado gratuito de duas classes sociais que, de outra forma, não teriam meios de reivindicar os seus direitos,
nem consciência deles. Essas classes são: os escravos e os ingênuos. Os motivos pelos quais essa procuração tácita impõem-nos uma obrigação irrenunciável não são puramente - para muitos não são mesmo principalmente - motivos de humanidade, compaixão e defesa generosa do fraco e do oprimido. Em outros países, a propaganda da emancipação foi um movimento religioso, pregado do púlpito, sustentando com fervor pelas diferentes igrejas e comunhões religiosas. Entre nós, o movimento abolicionista nada deve, infelizmente, à Igreja do Estado; pelo contrário, a posse de homens e mulheres pelos conventos e por todo o clero secular desmoralizou inteiramente o sentimento religiosos de senhores e escravos. No sacerdote, estes não viam senão um homem que os podia comprar, e aqueles a última pessoa que se lembraria de acusá-los. A deserção, pelo nosso clero, do posto que o Evangelho lhe marcou, foi a mais vergonhosa possível: ninguém o viu tomar a parte dos escravos, fazer uso da religião para suavizar-lhes o cativeiro, e para dizer a verdade moral aos senhores. Nenhum padre tentou, nunca, impedir um leilão de
escravos, nem condenou o regime religiosos das senzalas. A Igreja Católica, apesar do seu imenso poderio em um país ainda em grande parte fanatizado por ela, nunca elevou no Brasil a voz em favor da emancipação. Se o que dá força ao abolicionismo não é principalmente o sentimento religioso, o qual não é a alavanca de progresso que poderia ser, por ter sido desnaturado pelo próprio clero, também não é o espírito de caridade ou filantropia. A guerra contra a escravidão foi, na Inglaterra, um movimento religioso e filantrópico, determinado por sentimentos que nada tinham de político, senão no sentido em que se pode chamar política à moral social do Evangelho. No Brasil, porém, o abolicionismo é antes de tudo um movimento político, para o qual, sem dúvida, poderosamente concorre o interesse pelos escravos e a compaixão pela sua sorte, mas que nasce de um pensamento diverso: o de reconstruir o Brasil sobre o trabalho livre e a união das raças na liberdade. Nos outros países o abolicionismo não tinha esse caráter de reforma política primordial, porque não se queria a raça negra para elemento permanente de população, nem como parte homogênea da sociedade. O negro, libertado, ficaria nas colônias, não seria nunca um fator eleitoral na própria Inglaterra, ou França. Nos Estados Unidos os acontecimentos marcharam com tanta rapidez e desenharam-se por tal forma, que o Congresso se viu forçado a fazer dos antigos escravos do Sul, de um dia para o outro, cidadãos americanos, com os mesmos direitos que os demais; mas esse foi um dos resultados imprevistos da guerra. A abolição não tinha, até o momento da Emenda constitucional, tão amplo sentido, e ninguém sonhara para o negro ao mesmo tempo a alforria e o voto. No Brasil, a questão não é, como nas colônias européias, um movimento de generosidade em favor de uma classe de homens vítimas de uma opressão injusta a grande distância das nossas praias. A raça negra não é, tampouco, para nós, uma raça inferior, alheia à comunhão, ou isolada desta, e cujo bem estar nos afete como o de qualquer tribo indígena maltratada pelos invasores europeus. Para nós, a raça negra é um elemento de considerável
importância nacional, estreitamente ligada por infinitas relações orgânicas à nossa constituição, parte integrante do povo brasileiro. Por outro lado, a emancipação não significa tão somente a termo da injustiça de que o escravo é mártir, mas também a eliminação simultânea dos dois tipos contrários, e no fundo os mesmos: o escravo e o senhor. É esse ponto de vista, da importância fundamental da emancipação, que nos faz subrogar-nos nos direitos de que os escravos e os seus filhos - chamados ingênuos por uma aplicação restrita da palavra, a qual mostra bem o valor das ficções que contrastam com a realidade - não podem ter consciência, ou, tendo-a, não podem reclamar, pela morte civil a que estão sujeitos. Aceitamos esse mandato como homens políticos, por motivos políticos, e assim representamos os escravos e os ingênuos na qualidade de brasileiros que julgam o seu título de cidadão diminuído enquanto houver brasileiros escravos, isto é, no interesse de todo o país e no nosso próprio interesse. Quem pode dizer que a raça negra não tem direito e protestar perante o mundo e perante a história contra o procedimento do Brasil? A esse direito de acusação, entretanto, ela própria renunciou; ela não apela para o mundo, mas tão somente para a generosidade do país que a escravidão lhe deu por pátria. Não é já tempo que os brasileiros prestem ouvidos a esse apelo? Em primeiro lugar, a parte da população nacional que descende de escravos é, pelo
menos, tão numerosa como a parte que descende exclusivamente de senhores; a raça negra nos deu um povo. Em segundo lugar, o que existe até hoje sobre o vasto território que se chama Brasil foi levantado ou cultivado por aquela raça; ela construiu o nosso país. Há trezentos anos que o africano tem sido o principal instrumento da ocupação e da manutenção do nosso território pelo europeu, e que os seus descendentes se misturam com o nosso povo. Onde ele não chegou ainda, o país apresenta o aspecto com que surpreendeu os seus primeiros descobridores. Tudo o que significa luta do homem com a natureza, conquista do solo para a habitação e cultura, estradas e edifícios, canaviais e cafezais, a casa do senhor e a senzala dos
escravos, igrejas e escolas, alfândegas e correios, telégrafos e caminhos de ferro, academias e hospitais, tudo, absolutamente tudo que existe no pais, como resultado trabalho manual, como emprego de capital, como acumulação de riqueza, não passa de uma doação gratuita da raça que trabalha à que faz trabalhar. Por esse sacrifícios sem número, por esses sofrimentos, cuja terrível concatenação com o progresso lento do país faz da história do Brasil um dos mais tristes episódios do povoamento da América, a raça negra fundou, para outros, uma pátria que ela pode, com muito mais direito, chamar sua. Suprima-se mentalmente essa raça e o seu trabalho, e o Brasil não será, na sua maior parte, senão um território deserto, quando muito um segundo Paraguai, guarani e jesuítico. Nessas condições é tempo de renunciarmos ao usufruto dos últimos representantes dessa raça infeliz. Vasconcelos, ao dizer que nossa civilização viera da costa d’África, pôs patente, sem querer, o crime do nosso país escravizando os próprios que o civilizaram. Já
vimos com que importante contingente essa raça concorreu para a formação do nosso povo. A escravidão moderna repousa sobre uma base diversa da escravidão antiga: a cor preta. Ninguém pensa em reduzir homens brancos ao cativeiro: para este ficaram reservados tão somente os negros. Nós não somos um povo exclusivamente branco, e não devemos portanto admitir essa maldição pela cor; pelo contrário, devemos tudo fazer por esquecê-la. A escravidão, por felicidade nossa, não azedou nunca a alma do escravo contra o senhor - falando coletivamente - nem criou entre as duas raças o ódio recíproco que existe naturalmente entre opressores e oprimidos. Por esse motivo, o contato entre elas sempre foi isento de asperezas, fora da escravidão, e o homem de cor achou todas as avenidas abertas diante de si. Os debates da última legislatura, e o modo liberal pelo qual o Senado assentiu à elegibilidade dos libertos, isto é, ao apagamento do último vestígio de desigualdade da condição anterior, mostram que a cor no Brasil não é, como nos Estados Unidos, um preconceito social contra cuja obstinação pouco pode, o talento e o mérito de quem incorre nele. Essa boa inteligência em que vivem os elementos, de origem diferente, da nossa
nacionalidade é um interesse público de primeira ordem para nós. Ouvi contar que, estando Antônio Carlos a ponto de expirar, um indivíduo se apresentava na casa onde finava o grande orador, instando por vê-lo. Havia ordem de não admitir pessoas estranhas no quarto do moribundo, e o amigo encarregado de executá-las teve que recusar ao visitante esse favor - que ele implorava com água nos olhos - de contemplar
antes da morte o último dos Andradas. Por fim, notando a insistência desesperada do desconhecido, perguntou-lhe o amigo que estava de guarda: “Mas por que o senhor quer tanto ver o sr. Antônio Carlos?” “Por que quero vê-lo?”, respondeu ele numa explosão de dor, “Não vê a minha cor! Pois se não fosse os Andradas, que éramos nós no Brasil? Foram eles que nos deram esta pátria!” Sim, foram eles que deram uma pátria aos homens de cor livres, mas essa pátria, é preciso que nós a estendamos, por nossa vez, aos que não o são. Só assim poder-se-á dizer que o Brasil é uma nação demasiado altiva para consentir que sejam escravos brasileiros de nascimento, e generosa bastante para não consentir que o sejam africanos, só por pertencerem uns e outros à raça que fez do Brasil o que ele é.
Livro "O Abolicionismo" - Joaquim Nabuco
Capítulo III - "O Mandato da Raça Negra" 

sábado, 19 de novembro de 2011

Miriam Makeba

Mês da Consciência Negra

Profª Neide e Marli Carvalho

  A militância negra da década de 70 é a voz da nascente data política para o Brasil, que fazia uma releitura histórica através da adoção de Zumbi dos Palmares como herói nacional. Estava em jogo a desconstrução do mito da liberdade concedida, substituído pela combatividade negra durante todo o período de escravização e pela denúncia da ação do racismo, do preconceito e da discriminação racial no Brasil. O Grupo Palmares, fundado em 20 de julho de 1971, no Rio Grande do Sul, realizou uma série de atividades públicas - durante o regime militar - para evocação de ícones negros como Luiz Gama e Luíza Mahin. A reverência a Zumbi dos Palmares, ato de maior relevância daquele ano, ocorrera no Clube Náutico Marcílio Dias, em Porto Alegre , frequentado por negros e negras.
 Em 1978, o 20 de Novembro foi elevado a Dia Nacional da Consciência Negra a partir da fundação do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial (MNUCDR).


Marli Carvalho - Gerente de Proteção Social Especial - SEIASC -Gestora da Política de Reparação

Gestora de Política Para Mulher


Discriminação no Mercado de Trabalho

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Novembro Negro Juazeiro


No próximo 18 de novembro, uma sexta-feira, estará sendo realizada nas ruas de Juazeiro a III Marcha da Consciência Negra.
Esta marcha  vem sendo realizada desde o ano de 2009, no dia Nacional da Consciência Negra, data dedicada ao líder negro Zumbi dos Palmares.
Zumbi  foi o principal líder do Quilombo dos Palmares, um símbolo da resistência e de luta contra a escravidão.
O Quilombo dos Palmares começou a ser construído no ano de 1597, nas terras da Serra da Barriga, no atual Estado de Alagoas. Em pouco tempo tornou-se uma referência da resistência e de  luta de homens e mulheres contra a escravidão e em busca da liberdade.
 Até que em 1695, quase cem anos depois do início de sua construção, uma expedição comandada por Domingos Jorge Velho destruiu  o Quilombo.
Em 1995, depois de 300 anos de seu assassinato, Zumbi dos Palmares foi oficialmente reconhecido pelo governo brasileiro como herói nacional e o Quilombo de Palmares consagrado como um importante exemplo de luta e organização  da História do Brasil.
No ano de 2006, o dia 20 de Novembro se tornou feriado na cidade de São Paulo, através da Lei 13.707/2004. Feriado  que acontece em muitas cidades do nosso país. O movimento negro tem se empenhado para que esta data, o Dia Nacional da Consciência Negra, seja um Feriado Nacional.

Marli Carvalho
Gerente de Proteção Social Especial - Gestora da Política de Reparação - Gestora de Política Para Mulher SEIASC



Veículos do Futuro

Música e entretenimento na noite cultural do ECOVale


A mistura de ritmos dos Carrancudos, o forró de Raí do Acordeon e as baladas de DJ Werson encerarão o II Encontro de Comunicação do Vale do São Francisco (ECOVale), realizado pelo Departamento de Ciências Humanas (DCH III). A noite cultural ocorrerá neste sábado (19) às 21h30, no Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS), na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), ao lado da Biblioteca.

Depois de quatro dias de minicursos, palestras, mesas redondas, sessões cientificas, exposições fotográficas e lançamentos de livros, onde conhecimentos foram disseminados e compartilhados, nada melhor do que um evento que integre todos os participantes do ECOVale e também a comunidade, para juntos comemorarmos mais um evento de sucesso.

A Noite Cultural é uma realização do Centro Acadêmico de Comunicação Social (CACOS), gestão “Outras Frequências” e tem o apoio da UNEB. A entrada é gratuita.

Por Lorena Santiago

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Veneno Está na Mesa (completo)



Sinopse
O Brasil é o país do mundo que mais consome agrotóxicos: 5,2 litros/ano por habitante. Muitos desses herbicidas, fungicidas e pesticidas que consumimos estão proibidos em quase todo mundo pelo risco que representam à saúde pública.
O perigo é tanto para os trabalhadores, que manipulam os venenos, quanto para os cidadãos, que consumem os produtos agrícolas. Só quem lucra são as transnacionais que fabricam os agrotóxicos. A ideia do filme é mostrar à população como estamos nos alimentando mal e perigosamente, por conta de um modelo agrário perverso, baseado no agronegócio.

domingo, 13 de novembro de 2011

Jacaré e o Banho de Bucha

XIX Gincana Cultural Paulo VI

 Sexta - Feira, 25, começa a XIX Gincana Cultural Paulo VI, uma atividade extra classe que todos estudante e professores da escola participam. São três as equipe - Ideologia, Eclipse e Místicos,que participam da maior Gincana da cidade
 Dia 25 e 26 de novembro, sexta e sábado acontece a XIX Gincana do Colégio Municipal Paulo VI.
O Colégio começa a ficar agitado com os alunos organizando as equipe e planejando a estrategia para chegar a Vitória. 

Abertura dos Simpsons

CCJG - 25 Anos

 Nilton Freitas fazendo show no aniversário do Centro de Cultura João Gilberto.
 O professor ator que faz dezenas de personagens e tem um trabalho extraordinário no teatro da cidade e o estudante do curso de Artes Visuais (Univasf) Marquinho, ator, escritor e diretor teatral. No aniversário do CCJG.
 Centro de Cultura João Gilberto.

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