O Conselho Municipal da Juventude de Juazeiro é um órgão cujo objetivo é garantir as políticas públicas de juventude, tendo no protagonismo juvenil a sua principal forma de trabalho. O Comjuv vem a público expressar a sua opinião contraria ao pedido do Prefeito de Petrolina/PE, Julio Lossio, ao Ministro da Educação Aloizio Mercadante, onde solicitava a exclusão Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) na Universidade Federal do Vale do São Francisco. A democratização do acesso à universidade pública sempre foi uma das principais bandeiras defendida pelos movimentos sociais, sempre defendemos um projeto de sociedade justa e libertária. Acreditamos que a adoção por parte da Univasf ao Enem, como forma de ingresso substituindo o vestibular tradicional, e a implantação de cotas seja um grande avanço no sistema educacional, tanto por usar uma metodologia avançada quanto por democratizar o acesso ao ensino superior. O Enem mudou completamente os critérios de avaliação cobrado para entrada no ensino superior. O vestibular favorece a lógica de mercado da educação com a propagação exponencial dos cursinhos pré-vestibulares, que priorizam a decoreba de fórmulas e regras que fogem da realidade de nossa juventude, o que transforma o ingresso aos cursos de nível superior num verdadeiro "funil". Com o Enem, saímos de uma avaliação conteudista, que não valoriza a capacidade de interpretação da juventude e entramos em uma nova forma de avaliação que valoriza a interpretação, a leitura, o raciocínio lógico e a análise do conteúdo aplicado a sua realidade e temas que cercam nosso cotidiano. No entanto, nos últimos anos houve problemas quanto à realização da prova, vazamento das questões, erro de impressão e montagem dos cadernos. Esses erros crassos devem ser sanados, mas não devem de forma nenhuma servir para descaracterização do Enem em sua totalidade, não pode tirar sua importância como índice responsável pela busca de melhoria do Ensino Médio, assim como a livre e universal possibilidade de acesso ao curso superior. O Comjuv acredita que os estudantes que residem na nossa região levam sim a desvantagem quando concorrem com os de outros estados, em função de que a formação em segundo grau nas escolas públicas, na grande maioria dos colégios, deixa a desejar. O que já não ocorreria em outras partes do país onde a educação é mais priorizada pelos governantes, a exemplo de São Paulo, Minas Gerais e os estados do sul. Porém, a exclusão do Enem não seria a solução. Acreditamos que a regionalização do exame poderia diminuir o sofrimento do jovem da região. A Univasf também poderia assumir tarefas na organização do exame. Não somos contra a vinda desses “migrantes” estudantis, desde que a presença deles não tomasse vagas dos que aqui estão se esforçando para conseguir o tão sonhado canudo de papel e, muitas vezes, tem seus sonhos frustrados e são obrigados a tentar a sorte nas faculdades particulares.
Ascom Comjuv