domingo, 23 de março de 2014

Resenha: Confesso que vivi (de Pablo Neruda)

Gabriel Cruz (Gabo)
''Quem não conhece o bosque chileno não conhece este planeta.
Daquelas terras, daquele barro, daquele silêncio, eu saí a andar, a cantar pelo mundo."

Um copo de América Latina, com poesia, por favor!

Quem gosta de poesia, provavelmente já se deparou com algum poema de Neftali Ricardo Reyes Barsoalto, ou, como conhecido, Pablo Neruda. Nasceu no Chile, 12 de julho de 1904. Um dos mais importantes poetas da America Latina.

Uma autobiografia poética, verdadeiro documento, não só da vida do poeta, mas da história de todo um povo. Aos dezesseis anos, usa o pseudônimo "Pablo Neruda", com intuito de despistar o pai, que não estava de acordo em ter um filho poeta. Foi cônsul em vários países, incluindo Cingapura, México e Espanha, onde presenciou a Guerra civil, enviando refugiados espanhóis ao Chile.

"Esse é o laurel de minha poesia, o agulheiro no pampa terrível, de onde sai um trabalhador a quem o vento e a noite e as estrelas no Chile têm dito muitas vezes: "Não estás só; há um poeta que pensa em teu sofrimento."

O poeta do povo, e como tal, lutou por ele, tornando-se comunista, contudo não deixou de fazer severas críticas aos governos de Mao Tsé-Tung, pela transformação do mesmo em um 'deus' e Stalin pela degeneração de sua personalidade. Fala sobre suas experiencias com Fidel Castro, Che Guevara, Jorge Amado, Carlos Prestes, e outros grandes nomes.

Engajado na política, candidata-se à presidência da república do Chile, mas renuncia para apoiar Salvador Allende, candidato dos partidos populares chilenos.

Ganha o prêmio Nobel de Literatura em 1971: "pela poesia que, com a ação de uma força elemental, reaviva o destino e os sonhos de um continente."

"Quero viver em um mundo em que os seres sejam somente humanos, sem outros títulos, a não ser estes, sem serem golpeados na cabeça com uma régua, com uma palavra, com um rótulo. (...) Queria que a grande maioria , a única maioria, todos, possam falar, ler, escutar, florescer."

Mas, o maior prêmio foi ser poeta de seu povo, lutar contra as injustiças, pelo seu ideal. Não se curvou. Aos 68 anos começa a redação final de sua biografia, morrendo um ano depois.

"Do que deixei escrito nestas páginas se desprenderão sempre – como nos arvoredos de outono e como no tempo das vinhas – as folhas amarelas que vão morrer e as uvas que reviverão no vinho sagrado."

Gabriel Cruz (Gabo)

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