segunda-feira, 24 de novembro de 2014

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O Verde

Miguel.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

NUCA - Núcleo de Cidadania dos Adolescentes de Juazeiro

Realizou-se nesta manhã, na Casa dos Conselhos mais uma reunião ordinária do NUCA - Núcleo de Cidadania dos Adolescentes de Juazeiro com representantes das Secretarias do Município das áreas: Desenvolvimento e Igualdade Social, Cultura e Juventude, Educação e Esportes, o Assessor de Articulação Interinstitucional/Casa dos Conselhos, o Diretor da DIREC 15.
Na ocasião, o Sr. Roosevelt Duarte Motta procedeu a abertura da reunião, agradecendo a presença da Sra. Miranery Amorim, representando o Secretário de Educação e Esportes, Sr. Cleriston Andrade, a presença da Sra. Fátima Carvalho, representando a Secretária de Desenvolvimento e Igualdade Social, Célia Regina, e também o Diretor da Direc 15, Sr. Adailson Barbosa Gomes. Ressaltou ainda a importância do NUCA enquanto espaço democrático para garantia de políticas públicas mais realistas e consistentes para crianças e adolescentes do Município e, ainda, como espaço para formação de novas lideranças.
Em continuidade, a Sra. Miranery destacou os avanços alcançados na Educação do Município, com a participação da comunidade nos Conselhos Escolares, a construção de quadras poliesportivas, a climatização de Escolas, a melhoria do Índice de Educação Básica (IDEB), o aumento significativo na oferta de Creches (EMEI). Concluiu enfatizando e conclamando os adolescentes presentes e representados a reivindicar melhorias nas suas escolas, na comunidade a que pertence, através do NUCA.
O Diretor da DIREC 15 salientou a necessidade de participação social dos adolescentes-estudantes a partir da sua integração nos Grêmios estudantis, como estratégia, também, de que os jovens resgatem a apropriação da escola enquanto espaço de consolidação da cidadania, através dos múltiplos canais de expressão, a exemplo do Rádio, da Internet, da TV, da Ouvidoria do Estado.
O representante da SECJU - Secretaria de Cultura e Juventude, Alan Pablo, destacou a importância de se ampliar a discussão acerca da retomada dos Grêmios Estudantis, com integrantes do NUCA, da DIREC 15 e da SEDUC.
A Sra. Fátima Carvalho, como representante da SEDIS, enfocou a questão de se retomar a Escola como espaço democrático de lazer possibilitando ampla participação dos jovens, a partir de programas especificos voltados a proporcionar esse resgate, citando o "Mais Educação", construção de quadras poliesportivas.
A efetiva participação dos adolescentes presentes voltou-se na enumeração de principais dificuldades vivenciadas por eles nos seus espaços escolares, tendo sido enumerado: escolas com excesso de alunos por sala, falta de ar condicionado, melhor planejamento do cardápio da merenda escolar, necessidade de construção de áreas de lazer, como praças nos bairros mais distantes, a exemplo do Antonio Guilhermino, modernizar os aplicativos da Internet, fortalecer os Grêmios, expandindo-os nas Escolas, criando esse espaço de discussão das proposições de políticas públicas pelos adolescentes.
Para finalizar este valoroso momento, o adolescente Alexandre sugeriu que essas reuniões continuem acontecendo, quinzenalmente, ficando marcada a próxima para 26/11, às 9 h. na Casa dos Conselhos, situada a Praça Imaculada Conceição, 12 - Centro - vizinho a SEDIS.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Com nascente seca, população teme morte do Velho Chico

A chuva que caiu na Serra da Canastra no final de outubro não foi suficiente para alimentar as esperanças de que a nascente do Rio São Francisco, que secou em setembro pela primeira vez na história, se recupere. Mudanças climáticas, estiagem prolongada, incêndios e devastação gradativa do ecossistema da região são algumas das causas da morte do minadouro do rio, um dos mais importantes de toda a América do Sul. Esta nascente era, até então, considerada perene.

Na cidade de Iguatama, localizada no oeste do estado de Minas Gerais e primeira a ser banhada pelo São Francisco, o rio já está tão seco que os pescadores estão largando o ofício. Três Marias, a primeira represa do rio, está operando com 3,5% do seu volume normal e precisou ter a sua vazão reduzida. Segundo avaliação do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), se não começar a chover, a previsão é de que um trecho de 40 km de rio após a barragem seque completamente. Em Sobradinho, a segunda represa do Rio São Francisco, localizada na Bahia, o volume segue em 18%.

Com 2.863 km, maior do que a distância entre as cidades europeias de Madri e Berlim, o São Francisco banha cinco estados brasileiros – Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe – abrangendo 504 municípios e formando uma das principais bacias hidrográficas do país. Apelidado carinhosamente de Velho Chico, é também conhecido como o “rio da integração nacional”, por unir diferentes climas e regiões e ligar o Sudeste e Centro-Oeste ao Nordeste, e o “mais brasileiro dos rios”, por nascer e desaguar em território nacional.

Embora o rio ainda esteja correndo devido aos seus vários tributários, a seca da sua cabeceira é considerada um dos sintomas da grave crise hídrica pela qual o Sudeste vem passando. Para o sociólogo Roberto Malvezzi, a seca da nascente representa um luto histórico para o rio São Francisco e seu povo.

Nem o pior dos vaticínios nos anteciparia essa notícia. Agora não é mais previsão dos catastrofistas, dos apocalípticos, de ambientalistas sectários. Estamos diante do fato.
O Velho Chico morreu de sede, segundo o jornalista Carlos Costa, que disse ter sido “triste demais” ver a nascente seca:

Ele não perecerá por completo porque também recebe água de outros afluentes, mas sua nascente já morreu e está cercada de pedras como se fosse em volta de uma sepultura. Um quadro triste! O “Velho Chico” morreu de sede em sua nascente, como outros rios poderão morrer também se eles não forem tratados com carinho, respeito e responsabilidade como se fosse mais um ser vivo, como na verdade é.
Da Bahia, o blogueiro Edivaldo Braga lista alguns dos problemas que assolam o Velho Chico, e diz que ele pede socorro:

O Velho Chico está agonizando e prestes a morrer. A ponte que liga algumas cidades encontra-se completamente descoberta e denuncia o sério problema. A morte do rio significa o fim de muitos ribeirinhos.
O São Francisco é a única fonte de água doce para muitas populações ribeirinhas, que também dependem dele para pecuária, agricultura e transporte, via navegação. O blog e as fotos de Markileide Oliveira mostram como a vida está prejudicando a locomoção dos moradores da cidade de Xique-Xique, Bahia, que se abastece de um braço do Velho Chico:

O Rio São Francisco vem enfrentando uma das maiores secas da sua existência, as várias cidades das suas margens sofrem com a falta de água. São inúmeros os relatos dos ribeirinhos, que contam as dificuldades enfrentadas no seu cotidiano. Muitos caminham a pé pelo leito do rio até chegarem à cidade e fazem o mesmo trajeto de volta para casa. Alunos das redes públicas chegam a usar três transportes para ir à escola, acordam às 5h para poder assistir a segunda aula por que a primeira não é possível. Os ribeirinhos estão aportando os seus barcos nas margens de um rio seco. Sem profundidade, as barcas de médio porte não conseguem navegar e os barqueiros buscam outras formas de sobrevivência, pois o transporte coletivo ficou impossibilitado. Os ribeirinhos estão substituindo os barcos por bicicleta, carroças, carrinhos de mão, entre outras possibilidades de locomoção.
Morte lenta e transposição

A devastação do entorno do São Francisco não é um problema recente e há anos vem sendo documentada tanto por especialistas quanto cidadãos. Em 2009, João Carlos Figueiredo, autor dos blogs Meu Velho Chico e Meu Velho Chico: memórias de uma expedição solitária (também disponível no formato de livro eletrônico), percorreu de canoa toda a extensão do rio em cem dias, remando sozinho desde sua nascente, na Serra da Canastra, em Minas Gerais, até a sua foz, em Piaçabuçu, Alagoas. Sobre a notícia da seca na nascente, ele diz:

Estamos chegando, rapidamente, no limite de resiliência (capacidade de recuperação) de nosso Meio Ambiente. Passado esse limite, o Brasil, gradualmente, se transformará em uma gigantesca savana seca e estéril. Regiões desérticas substituirão as florestas e as nossas gigantescas bacias hidrográficas. E até mesmo os ignorantes donos do agronegócio verão seus latifúndios se transformarem em terra seca e inútil para a lavoura. Será esse o nosso destino final?
Lançado em 2012, o livro “Flora das caatingas do Rio São Francisco: história natural e conservação” traçou o mais completo perfil sobre a vegetação do Velho Chico, concluindo que a sua extinção é “inexorável”. Resultado de quatro anos de pesquisa e mais de 340 mil quilômetros percorridos por mais de cem especialistas de todo Brasil, o livro alertou para o perigo do projeto de transposição que pretende levar as águas do rio para os sertões, causando danos ainda maiores na caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, já extremamente ameaçado.
A obra de transposição do Rio São Francisco, que já custou R$ 8 bilhões e ainda não está pronta, destinou menos de 10% de seu valor à revitalização de nascentes e matas ciliares. Segundo os críticos do projeto, a transposição deve beneficiar mais o agronegócio do que as populações carentes ou o meio ambiente. Roberto Malvezzi alerta que o processo pode inclusive acelerar a morte do São Francisco, que já é praticamente um rio intermitente:

Hoje ainda se fala na transposição, ela continua na mídia, por muitos considerada ainda como a redenção do semiárido. Vamos respeitar a ignorância dessa afirmação, afinal o Nordeste e o semiárido continuam desconhecidos para 90% dos brasileiros, mas vale lembrar que 40% do semiárido brasileiro está em território baiano, portanto, longe dos eixos da transposição.

Quantos ainda falam da revitalização? Alguém tem alguma notícia? O São Francisco continua em processo de extinção rápida e fatal. Mesmo assim fala-se em projetos de 100 mil hectares de cana irrigada em Pernambuco, 800 mil hectares de cana irrigada na Bahia, transposição para outros estados e assim por diante.

Certamente voltará a chover, o rio vai recuperar volume, mas as secas serão cada vez maiores e mais constantes. A NASA, anos atrás, projetava que o São Francisco seria um rio intermitente em 2060. Realizamos a façanha de antecipar a projeção em mais de 40 anos. 
Diante do presságio da morte irreversível do rio, o historiador Carlos Bittencourt pergunta “o que se está transpondo então?”:

Transpõe-se a seca, transpõe-se a água que acaba aqui para lá. Transpõe-se a barbárie do Sudeste ao Nordeste, aponta-se a proa do navio para o buraco. Soluciona-se a causa aprofundando as consequências. Círculo vicioso da acumulação de capital, da coisificação da vida e dos meios da vida. A transposição do Rio São Francisco bebe da mesma água de sua extinção.
Historicamente, a região Nordeste sempre sofreu com a seca. A novidade agora é que o Sudeste, onde está a nascente do São Francisco, também enfrenta grave escassez de água. Refletindo sobre o assunto, a geógrafa e blogueira paulista Martina Sanchez conclui que é preciso perceber que a natureza segue seu curso, seus ciclos e fases, e resta ao homem se adaptar

Algo está confundindo os climatólogos que não acertam com as causas da seca prolongada no Sudeste neste ano (2014). Até as nascentes do Rio São Francisco na serra da Canastra (MG) secaram. O nível dos reservatórios da Cantareira, na cidade de São Paulo, está baixo e começa a comprometer o abastecimento. É o aquecimento global! Dizem uns. Outros acusam sobre o mau uso dos recursos hídricos, a falta de planejamento, o  excesso de consumo e desperdício. Todos têm razão e nenhum tem o direito de apontar o dedo para o outro. Os cidadãos terão que aprender a conviver com os extremos climáticos que não obedecem a decretos nem leis humanas.

Agenda Cultural - Petrolina e Juazeiro


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