JUREMAL

Distrito de Juazeiro - 60 Km 
História
Os primeiros moradores segundo Nezinho, contador de história filho de Juvenal, foram Raimundo Grande, João Dias e Zé Félix, que aqui se instalaram no povoado de nome Riacho das Balas. Esse aguça a curiosidade, pois surgiu dos tiros que eram ouvidos por todos partindo de bandos de cangaceiros que por essas matas andavam as suas casas, retornando somente apóes a calmaria. Era uma vida de sufoco. Depois veio o nome Jurema por conta da quantidade de vegetação do mesmo nome; Já nesse tempo podia observar um pegueno aglomerado de casas de taipa, algumas cobertas de palha e de chão batido e algumas, mais sofisticadas, com ladrilhos. Concentravam-se estas moradias onde hoje é a praça principal e a entrada da cidade que apesar de rudimentar ainda faz o pessoal ter muito do que lembrar: havia uma grande feira livre de onde vinham vendedores de mercadorias (que recebiam o nome de jacobineiros) de Jaquarari, Sr. do Bomfim, Santa Rosa etc. Dentre as mercadorias comercializadas tinham: farinha, feijão, rapadura, carne do sol, frutas e algumas vezes verduras.

Os moradores de Juremal por sua vez, usavam a criatividade para conseguir dinheiro a fim de comprarem mercadorias da feiras. Como aqui não tinham agricultura constante e nem pecuária, conseguir dinheiro era difícil. Foi surgindo então um outro comércio que era realizado na antiga Estação da Leste, hoje transformada em Centro  Cultural onde funciona atualmente o posto telefônico. O Cartório de REgistro de Títulos e Pessoas Físicas, uma biblioteca distrital e finalmente o cômodo que foi cedido para o museu e que, até antes projeto, não possuía acervo. No comércio da Estação as pessoas da comunidade lá iam quando chegavam o trem que distribuía água para a comunidade. Vendiam bolinho, bolachinhas, beijus, chupetas, pirulito, fofão, doce, queijo, cafés, chás, puxas. Era na Estação que acontecia também as paqueras e namoros. Era o ponto de encontro e nesse vai e vem do trem muitas amizades eram construídas. As famílias compravam mercadorias em malas e caixotes próprias para tal fim. Outras atividade que dava sustento eram as olarias, caieiras e o artesanato feito de barro, as rendas de bilro e o bordado ponto de cruz. Na culinárias o famoso era o doce de leite mas tinham ainda o de umbu, batata e de banana; o fofão e o querido de todos, o bode assado.Eram vendidos ainda, bebidas, tecidos, perfumes, etc.
Depois foi construídos, no espaço que antes era um grande curral, um mercados onde passou a funcionar o comércio e aconteciam desde festa de sanfoneiros até bailes de carnaval e aconteciam à fantasia. Eram festas famosas e todas as famílias se faziam presentes. A diversão das pessoas era cantar em rodas de terreiros, ouvir história e piadas, participar de corridas de argolinhas, ternos de reis e existia até um famoso carrossel feito de madeira, com doze acentos duplos, movidos a força do braço e no qual para se andar pagava um tostão. Era o maior sucesso entre a garotada da época, muitos dos quais hoje são avós e bisavós dos nossos alunos. O que se percebe com bastantes clareza é que o povo de Juremal é muito criativo , esperto e não se sente vergonhado de driblar as dificuldades existentes mostrando o seu lado de comerciante que para sobreviver vende uma fruta que colher no quintal, até as belas novidades que surgem. Tudo se transforma em um jeitinho para garantir um dinheirinho. Lembra um dos moradores daqui, Osmar, que sendo o primeiro a adquirir uma bicicleta e vendo que causava sensação resolveu alugá-la por voltas dadas pelos outros meninos. O preços era negociado dependendo da distância. As primeiras professoras daqui foram D. Zilda, Águida, Manoel Brisdinha e Ronilce Cerquiera a querida professora Ró que por ter um problemas de surdez foi atropelada pelo trem pois não ouviu o barulho dele quando se aproximava. Hoje a praça ao lado do Centro Cultural leva o nome da dedicada professora em sua homenagem. A primeira escola da comunidade foi uma que leva o nome de Almiro foi um filho da terra que ao sair daqui conseguiu se destacar tornando-se aviador e isso, na época, era muito difícil. Depois ganhou uma escola que leva o nome de um irmão de Almiro: Raimundo da Cunha Leite. Este se tornou politico renomado em cidades do Sul do País. É no Colégio Municipal Dep. Raimundo da Cunha Leite que hoje trabalha e estuda os atuais professores e alunos, funcionando cursos de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio com habilitação em magistério. O Colégio Mul. Dep. Raimundo da Cunha Leite foi construídos e inaugurado em 15 de julho de 1986 atendendo à comunidade até hoje.
Pesquisa: Equipe do Colégio Municipal Dep. Raimundo da Cunha Leite e alunos.
Equipe: Diretora: Marilene Gonçalves - Coordenadora: Simone Maria - Secretária: Aluane Ferreira
Um Riacho no meio da caatinga, " O Riacho de Poções" fica atrás da Capela das Covinha em Poções, povoado de  Juremal. O Riacho possui uma pequena Barragem
Poções um povoado de Juremal, a alguns km da Escola Durval Barbosa da Cunha, existe a Capela das Covinhas no meio da Caatinga, que guarda a história das Irmã Caririzeiras. A Lenda das duas irmãs Maria e Agostinha.
Duas Indiazinhas que  morreram de fome, foram achadas e enterradas pelos vaqueiros da região, que fizeram duas covinha e no lugar nasceram 2 pés de Angico que se entrelaçaram, o  local virou ponto de romarias de sertanejos em busca de cura. A Capela das Covinha onde Maria e Agostina, as irmãs Caririzeiras estão enterradas é cheia de presentes, capelas, pernas de madeiras, retratos e vestido de noiva, virou local de peregrinação.
José Guilherme da Cunha, escritor formado em Arquitetura, nasceu em Juremal distrito de Juazeiro. Tem vários livros: "Guerra de Canudos em Cordel", livro premiado, "Esquina de Badu" o mais famoso de todos, que virou peça de teatro e agora vai virar filme dirigido pelo produtor cultural Cidinho. O Teatro de Juremal tem seu nome. No livro "Esquina de Badu" José Guilherme  escreve sobre o dia-a-dia da sua comunidade, sobre o que é mais precioso a memória de um povo. Viu o Capitão América derrotar os  heróis da sua comunidade: Lampião, Antônio de Sousa e Corisco todos eles surgido do seio do povo.
"A este povo heróico, que não esmorece diante 
de tanta pobreza e abandono"
José Guilherme
Seu Bá, O Delegado Bom


José Guilherme da Cunha
Apolinário Pereira Xavier é o seu nome. Mais conhecido como Bá, assim como Antônio é Tonho, Manoel é Né e Waldemar é VaváHomem inteligente e de razoável cultura, comparando-se com o meio em que vive e ao seu incipiente curso primário, seu Bá costuma ler escritores célebres, como Victor Hugo, José de Alencar e Euclides da Cunha, não perdendo oportunidade para citá-los numa conversa informal. Mas o que mais o caracteriza é a sua natural vocação para a concórdia. Seria um excelente Juiz de Paz. Como delegado de polícia, esteve sempre em contradição com a tendência à violência inerente ao cargo que ocupava.Seu comportamento nas audiências - sempre procurando a justiça e os bons conselhos - dera-lhe os apelidos de “Beato Zé Lourenço” e “Antônio Conselheiro”.Seu Bá não é mais o delegado. Agora, os “casos” de Juremal vão para a delegacia de Juazeiro; e o povo - lamenta a falta do “Beato” e do “conselheiro”.Dezesseis anos como delegado, não constituiu uma inimizade sequer.Certa Feita ele prendeu Luís Carlos. Horas depois o libertava, “porque foi o ante mais infeliz que já em Juremal” - dissera seu Bá e acresentava: - “Toda vez que eu prendo alguém, na saída da delegacia já agarram em meu paletó diversas pessoas, pedindo pelo preso. E ninguém pediu por você. Vá-se embora. Você é muito infeliz...”

Acredito que, na histôria das crônicas policiais, foi a primeira vez que alguém foi livertado por ser infeliz.
Era assim o delegado Bá: Bom, justo e respeitador consciente dos Direitos da Pessoa Humana.
LIVRO: Esquina de Badu - José Guilherme da Cunha

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