Ainda criança, cresci embalada pelo barulho aconchegante dos motores Bolinder's, que movimentavam as barcas, onde viajei com meu pai. Acotumei-me a ouvir as estórias do rio, que, por ele, eram cantadas e contadas, como o amante mais apaixonado do Velho Chico.Além do amor e encantamento que sempre teve pelo rio, também foi um estudioso profundo da navegação que vivenciou ao longo de sua vida, durante 30 anos de navegador, onde construiu barcas, e também viajou, subindo e descendo nos antigos vapores.
Acredito que todas estas vivências fazem parte da vida de modo tão profundo, que ninguém melhor que ele para contar a história da navegação do Rio São Francisco.
Em 1991, lançou um livro para a comunidade juazeirense, sendo muito grande a receptividade, tanto que se esgotou rapidamente.
Diante do surgimento de novos fatos fez-se necessário a ampliação e atualização desta edição hoje lançada.
Além das história do rio e sua navegação, é essencial a leitura do livro, pois também foram inserido assuntos importantes, como: transposição das águas do São Francisco, inviável ideia do senador Aluísio Alves que desejava beneficiar seu estado natal, Rio Grande do Norte e vizinhos. Também foi abordada a luta pela implantação da hidrovia, bandeira que o senador Waldeck Ornelas levantou e, vem por ela, lutando com muita dedicação e desejo de vê-la transformada em realidade, pois tem certeza de que a hidrovia trará o desenvolvimento do trecho navegável do rio, tendo por âncora a implantação do sistema de transporte intermodal.
É desejo do autor, que a edição seja distribuída, como fonte de informativa e histórica, especialmente nas secretárias de Educação, nos municípios existentes no trecho navegável de Juazeiro e Pirapora, para que as gerações de hoje e as do futuro, fiquem conhecendo como se deu a navegação do Rio da Unidade Nacional, nosso muito querido Velho Chico.
Parabéns, meu pai, por esta grande contribuição cultural para os barranqueiros.
Rosá Ferrari Normanha
