sábado, 12 de setembro de 2009

CINEMA

RETIRANTES DE CÂNDIDO PORTINARI
A AVE POESIA
do Patativa do Assaré
e Garapa
Os filmes Ave Poesia do Patativa do Assaré, de Rosemberg Ariry, e Garapa ,de José Padilha, são duas produções que levam o espectadpr a uma reflexão mais profunda sobre a pobreza e a liberdade de expressão.
O Presidente Lula Inácio Lula da Silva, aos sete anos, deixou Garanhuns com destino ao Guarujá em São Paulo, numa típica situação observada por um poeta que tão bem captou a sima dos nordestino. Um dia, o sertanejo Luiz Gonzaga ouviu no rádio, no interior da Paraíba, uma canção que achou muito bonita. Resolveu ir até Assaré, no Ceará, conversar com seu autor, Patativa:
- " Você quer me vender essa música?"
-" Meu mundo é a minha poesia, minha família e eu não vendo direitos autoral por preço nenhum. Mas se você quiser cantá-la vou ficar muito honrado".
A partir, daí Luiz Gonzaga passou a cantar Triste Partida:
"Eu vendo meu burro
Meu jegue, meu cavalo.
Nós vamos a São Paulo
Viver ou morrer
Pois logo aparece
Feliz fazendeiro
Por pouco dinheiro
Lhe compra o que tem
Meu Deus, meu Deus.
Faz pena o nortista,
Tão forte e tão bravo,
Viver como escravo,
No norte ou no sul".
As músicas cantadas pelos jovens das grandes metrópolis, a exemplo do rap O Homem na Estrada, de Nano Bruwn e dos Racionais, indicam que, mesmo meio século depois , o grau de liberdade dos seres humanos, para muitos, é ainda limitada.
O filme Garapa, de José Padilha, mostra uma realidade que infelizmente ainda perpetua em nosso país: o quotidiano de três famílias pobres no Ceará. Todas lutam, em batalha diária, para conseguir como se alimentar diante de extrema escassez.
"Fome é um ronco no estômago, uma correria para esquentar o leite que resta para três crianças que choram, uma casa sem móveis, é uma roupa puída, um chinelo gasto, uma parede para pintar, são crianças sem escolas", como diz Padilha que, em 2005, por um mês filmou a vida desta famílias. Quando a crianças acorda na rede, a mãe lhe traz a mamadeira que, em ves de leite, tem garapa quente (água com açúcar).
Depois de assistir ao filme, temos que concordar com Josué de Castro, o autor de Geografia da Fome e de Geopolítica da Fome, dos anos 40 e 50. Erradicar a fome e a pobreza absoluta está inteiramente em nossas mãos. Precisamos nos empenhar muito mais para conseguir.
FONTE: Caros Amigos
Texto: Eduardo Matarazzo Suplicy - Senador

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