Neste conto de Lima Barreto, um personagem chamado Machado conta para seu amigo Casto sua aventuras, mais especificamente sua participação como professor de javanês que não sabia uma palavra do mesmo idioma.[BR]O protagonista que estava desempregado vê um anuncio que oferece um empregos para professores de javanês, se tratava de um senhor que tinha um livro antigo que segunda crenças de família era detentor de prosperidade, felicidade e pode. Para que tais feitos realizassem-se era necessário ler o tal livro é exatamente aí que nosso amigo Machado entra na história, pega o cartaz do anúncio de emprego e lenvando em consideração que nunca nem ouviu falar do tal javanês entra em uma biblioteca e vai em busca de algumas informações.[BR]No dia seguinte aparece na casa do Barão de Jacuecanga que o mostra e explica toda história de crendices, Machado olha para o livro e percebe que as primeiras páginas estão escritas em inglês, idioma esse que ele conseguia ler, o velho como nunca havia aberto o livro não sabia dessa primeiras páginas em inglês e fica estupefato ao ouvir o "professor" ler tais páginas.[BR]Para sorte de Machado o velho não precisaria saber mais de duas palavras por dia, pois não conseguia assimilá-las facilmente. "Dentro em pouco, dava a minha primeira lição, mas o velho não foi tão diligente quanto eu. Não conseguia aprender a distinguir e a escrever nem sequer quatro letras. Enfim, com metade do alfabeto levamos um mês e o Senhor Barão de Jacuecanga não ficou lá muito senhor da matéria: aprendia e desaprendia." Isso facilitava o trabalho dele, assim dava tempo de ele se adiantar em suas pesquisas do idioma de Java. Um determinado dia o dono do livro entediado com as aulas desiste de aprender o javanês e propõe a Machado que ele traduza o livro, tudo que o malandro sempre sonhou, como já foi dito antes o personagem principal não sabia uma palavra de tal idioma, sendo assim aproveitou a bobeira do velho e inventou todo o livro se traduzindo estivesse. “Sabes bem que até hoje nada sei de javanês, mas compus umas histórias bem tolas e impingi-as ao velhote como sendo do crônicon. Como ele ouvia aquelas bobagens !... Ficava extático, como se estivesse a ouvir palavras de um anjo. E eu crescia aos seus olhos !” [BR]Esse feito tornou Machado popular em toda cidade como o único homem por lá detentor do conhecimento javanês, toda a cidade o admirava inclusive o genro do Barão. “Mas com o que tu vais ficar assombrado, meu caro Castro, é com a admiração que o genro ficou tendo pelo professor de javanês. Que coisa Única! Ele não se cansava de repetir: “É um assombro! Tão moço! Se eu soubesse isso, ah! onde estava !” Na secretaria dos estrangeiros também foi bem recebido por ter tal conhecimento. O diretor chamou os chefes de secção: "Vejam só, um homem que sabe javanês - que portento!" Os chefes de secção levaram-me aos oficiais e amanuenses e houve um destes que me olhou mais com ódio do que com inveja ou admiração. E todos diziam: "Então sabe javanês? É difícil? Não há quem o saiba aqui!" Machado tanto fez que acabou sendo convidado a representar o Brasil no Congresso de Lingüística. O protagonista malandro se aproveitou da ignorância daqueles que o rodeavam para se dar bem, o barão que veio à falecer, fez uma deixa para ele no testamento e passou o livro para seu genro para que desse ao neto quando chegasse a idade. Machado foi despachado Cônsul de Havana passa seis anos lá e volta para aperfeiçoar seus conhecimentos das línguas da Malaia, Melanésia e Polinésia.
FONTE: shvoong.com