sexta-feira, 9 de outubro de 2009

APRESENTAÇÃO - LIVRO JUAZEIRO BAHIA



JUAZEIRO - BAHIA ! No Golfo-Estado a Árvore-Cidade que os índios plantaram e os bandeirante descobriram. Símbolo esotérico da realidade e do sonho, entre o verde e os espinhos, com que tecemos nossos dias.
Pegadas ainda da gentílica memória, no areal do tempo. E o beijo da noite, ainda úmido, na pele da maioria das mulheres e dos homens, como testamento da negritude que herdamos pelo sangue.
Povo sofrido, mas brincalhão, hospitaleiro e tolerante. Boa fé e benevolência como distintivos. A vida como esperança.
Carrancas e Penitentes; entre achados de folclore, uma fisionomia própria e definida de cultura. Cultos e procissões em que a alma popular passeia sua vocação beata de fidelidade ao Nordeste. Devaneios artísticos e jornadas cívicas em que canta suas tradições.
Nossa galerias de honra ! Nossas grandes mulheres e nossos grandes homens ! apesar de tudo cada vez mais consciente e organizando-se, na sede do Município e no campo, capacitando-se diariamente melhor para escolher seu próprio destino.
MARIA PIRES vê tudo isso. Mais ainda: sabe com minúcias e ensina com paciências e pedagogia.
É que MARIA é MARIA. No nome, o exemplo de mulher ( mulher pelo ser, e mulher de Juazeiro). Vocação e devoção de tornar-se sempre mais esta certeza, que nos dá a honra de conhecer em seu dia-a-dia. Coerência e intransigência como parâmetros de situação no meio de nós. Paixão e vontade criadoras de quem faz em cada ato a existência para os outros. Aí está o povo, sua indefectível testemunha. E aqui estamos, pedaços dessa obra.
O rio é mesmo, o céu é o mesmo, o Nordeste é o mesmo. Juazeiro, porém, já não é o mesmo, depois que MARIA nos veio do Remanso. E educou e amou nossas crianças. E pesquisou incansavelmente nossa vida, que ajudou a construir. E se nos fez referência obrigatória de estudos sobre nossa própria essência e coisa, terra e povo. E hoje nos conta esta história, que é a nossa, e a faz como ninguém, tormando-nos, ainda, como há muito tempo, pela mão. Note-se a propósito que o livro é dedicado à crianças ! À crianças que ela sempre fomos e ainda somos. Como PARLIM, que fez com talento e ternura as ilustrações do trabalho. em desenhos e quadrinhos.
JUAZEIRO e MARIA, MARIA e JUAZEIRO são, assim, este romance inextinguível. Impossível recordar um sem lembra do outro, nesse mais de sessenta anos de amor e de dor, em verdade e espírito nordestino.
JUAZEIRO ! Coração de terra transpassado pelo rio. Sangue verde derramando-se das chagas do abandono a que nos têm relegado a Bahia e o Brasil. É MARIA, mulher de façanhas, de saga, por questão de têmpera e caráter. Mulher nordestina. MARIA BONITA ! O Lampião dos dias já ameaçando apagar-se na batalha renhida contra mais um temporal do destino (que Deus tão cedo não permita !), mas a guerra santa da vida a esta altura já ampla e definitivamente. E, como está nossa bandeira, o amor e o trabalho tudo vencem !
TEXTO : Joseph Wallece Bandeira
LIVRO JUAZEIRO BAHIA - Maria Franca Pires (1988)

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